sexta-feira, 21 de junho de 2013
Lágrimas empoçam os olhos e escorrem
rumo ao pescoço no mesmo ritmo do tilintar da fina chuva na janela de blindex.
Os ponteiros do relógio se arrastam numa lentidão insuportável, sufocando-o na
mesma bolha de alienação que revestira a pátria amada durante quinhentos anos.
Zombavam dele com seu tic-tac irritante. A cada demorado segundo, percebe que a
própria inércia permanece grudada em seu corpo dando toques de impotência ao já
refestelado cidadão sem esperança. Afinal, nasceu errante e assim seguiu, num
movimento retilíneo e uniforme, sem que qualquer asteroide interplanetário se
dispusesse a tirá-lo da órbita comum.
A torneira dos banheiros pinga
com a pia fechada transbordando água nos cômodos lotados e estultos. Um “inotável”
desastrado terremoto derrama chocolate quente adoçado artificialmente por
ladrões inescrupulosos e os faz perceber a podridão abaixo de seus pés. Tentam
fugir do ambiente sórdido. Atropelam-se numa incendiária corrida rumo à liberdade
inexistente nessa ditadura disfarçada de democracia. O vírus da Revolução
alastra-se por todo o território. Revoltaram-se todos.
Na tentativa falha de invadir o
covil dos sugadores sem limites, deixaram o aviso: o Gigante acordou. Pararam
assim o país, posto que não desejavam chuteiras, gritavam por saúde e educação.
Foi a aclamação dos tais que explodiu o fogo patriota no coração da nação: ou
param a corrupção, ou paramos o Brasil!
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